Título original: Ana KareninaNeste segundo volume de Ana Karênina, do escritor russo Tolstói, adentramos a vida de Levin e Kitty e acompanhamos o declínio de Ana Karênina. O autor conseguiu desenvolver com ainda mais maestria essa segunda parte do livro e dotá-la de muitos sentimentos e forte emoção. A forma como ele trabalhou a humanidade de seus personagens, bem como suas falhas e defeitos, tornou a trama ainda mais rica e atraente.
Gênero: Romance
Páginas: 352
Editora: Nova Cultural
Classificação: 5/5
Depois dos últimos acontecimentos, Levin e Kitty finalmente se casam e passam por situações fortes e complicadas que testam dia após dia o amor do casal. Além de não conseguir se adaptar como gostaria à sua nova vida na cidade, Levin fica extremamente abalado com o adoecimento de seu irmão Nicolai e encontra em Kitty uma companheira fiel e devotada. Durante este ínterim, Kitty também engravida, selando ainda mais o amor do casal. Ana e Vronsky encontram cada vez mais dificuldades na Europa e resolvem voltar para a Rússia. Enquanto ele ainda se mostra capaz de se encaixar com facilidade na sociedade russa, Ana é cada vez mais recriminada por sua conduta, inclusive por suas próprias amigas e acaba nutrindo um ciúme cada vez mais doentio por Vronsky.
Levin vive os contrastes do campo com a cidade e passa por situações que lhe revelam toda a importância da família, além de questionamentos íntimos sobre o divino e a religião em si. Já a protagonista da história, Ana, passa por uma miríade de sensações e se deixa consumir cada vez mais pelo ciúme. Ela acredita que Vronsky possa ser persuadido pela família a se casar com uma moça rica e de alta posição e abandoná-la depois de tudo o que eles viveram juntos. Obcecada por essa questão e outras mais, Ana faz uso até mesmo de morfina para conseguir dormir e atenuar os seus sentimentos obsessivos por Vronsky.
Ana Karênina nos traz mais do que um romance incrustado por infidelidade: ele revela os contrastes da sociedade e questões pertinentes à mente humana, como espiritualidade, religião, amor, família e abnegação. Cada personagem, mesmo que destacado de forma intercalada um do outro, tem uma importância majestosa no enredo de Tolstói e representa uma peça importante deste clássico da literatura russa. Levin é um homem bom e de coração nobre que sente na própria pele o medo das mudanças de sua vida de solteiro para homem casado e aprende a importância da família como nunca antes. Ana vivencia as consequências de seus atos e passa por humilhações em sua condição de mulher infiel e que fugiu com o amante, enquanto Vronsky desfila pela sociedade russa praticamente livre de máculas e preconceitos. Narrado em terceira pessoa de forma bastante detalhada e intensa, o enredo de Ana Karênina é forte e molda com precisão temas como hipocrisia, fé, inveja, fidelidade, família, casamento, sociedade, desejos carnais, paixão e também os contrastes existentes entre a vida campestre e urbana.
Como disse na resenha do primeiro volume do livro, Ana é uma personagem que não deve ser tachada de mocinha e nem de vilã, mas sim compreendida pelo leitor. Porém, notei que nesta segunda parte da história, ela se mostrou uma mulher bastante egoísta. Talvez seja impreciso julgar por meio desta perspectiva, mas creio que o seu ciúme a levou a um estágio tão grande de letargia, que tal doença a cegou para tudo e para todos, menos para a presença de Vronsky. Sua atitude final na trama não foi apenas uma fuga para os preconceitos impostos pela sociedade, mas também uma forma visceral de fazer Vronsky sofrer por uma culpa perpétua.
Levin foi um personagem que cresceu de forma considerável no enredo e que me encantou por sua maturidade e bom senso. As experiências e descobertas da vida moldaram sua personalidade e suscitaram responsabilidade no então homem do campo. Já Vronsky também esbanjou um certo egoísmo em vista de toda a situação que se descortinou entre ele e Ana e pagou pelos seus pecados de um modo bastante profundo. Karenin também passa por descobertas profundas acerca da fé e da espiritualidade e minha admiração pelo personagem aumentou ainda mais em vista de suas atitudes benevolentes e repletas de amor abnegado.
Resumidamente, Ana Karênina enaltece que ninguém pode construir sua felicidade em cima da dor do outro, além de descortinar o panorama histórico russo com maestria e precisão. Seus personagens são complexos, meticulosamente humanos e dotados de contrastes e questionamentos inteligentes e desafiadores. Em 2012 foi feita uma adaptação cinematográfica da obra com Keira Knightley, Aaron Johnson e Jude Law nos papéis principais e que inclusive rendeu um Oscar de Melhor Figurino para o filme, retratando a história com afinco e descrição. A capa do livro segue o mesmo estilo da anterior, confeccionada em um material semelhante a couro e a diagramação está ótima, com fonte em bom tamanho e tradução e revisão impecáveis. Recomendo ☺
Confira a resenha do volume anterior de Ana Karênina:
Confira o trailer do filme Anna Karenina:
Oi Nessa, tudo bem?
ResponderExcluirNunca li nem vi o filme, mas essa história é um clássico. Não sei se leria no momento, pois parece exigir bastante, mas gostei de saber mais a respeito pela sua resenha.
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas
Oi nessa! uau que resenha! Eu ainda não li, confesso que na verdade eu não li nada dos russos, mas Ana Karenina está na minha lista de clássicos que preciso ler antes de morrer!
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Esse livro está na minha lista de espera há um tempo, parece-me muito bom!
ResponderExcluirhttp://entremundosliterarios.blogspot.com.br/
Oie Nessa =)
ResponderExcluirDepois de ler a sua resenha estou ainda mais convencida que preciso conhecer essa história logo.
Beijos;***
Ane Reis | Blog My Dear Library.
oi Nessa, estou muito curiosa para ler esses dois volumes, a trama parece bem intrigante e me deixou curiosa
ResponderExcluirhttp://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Oi Nessa
ResponderExcluirEstou cada vez mao curiosa para ler este livro, acho que já falei aqui que doida para ler, mas falta tempo, preciso me organizar. Adorei saber sua opinião.
Beijinhos
http://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br
Oie,
ResponderExcluirconfesso que pela capa eu passaria longe, mas gostei bastante da sua resenha e fiquei bem curiosa.
bjos
Blog Vanessa Sueroz
Canal no youtube
Olá, tudo bem? Parece ser interessante a estória, porém não sei se leria no momento... Adorei a resenha!
ResponderExcluirBeijos,
Duas Livreiras
Oi Nessa, sua linda, tudo bem?
ResponderExcluirNossa, você leu Tolstói??? Arrasou!!! Sou louca para conhecer alguma obra dele. Eu sou fascinada por livros que retratem a natureza humana, e quando você falou que ele trabalhou com maestria as falhas e os defeitos e mostrou bem a humanidade de cada personagem você me conquistou. Dica mais do que anotada!!! Adorei sua resenha!!!
beijinhos.
cila.
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/
Olá Nessa, tudo bem?
ResponderExcluirParabéns pela resenha, esse é um clássico que eu gostaria muito de ler, fiquei ainda mais curioso agora...abraço.
http://devoradordeletras.blogspot.com.br/
Oi Nessa,
ResponderExcluirMeta de vida: ler os clássicos.
Eu amo livros de época, o único problema com esses livros é a linguagem mais pesada. Mas eu quero taaaaanto que vale o esforço!
Beijo
http://estante-da-ale.blogspot.com.br/
Oi Nessa,
ResponderExcluirTenho muita vontade de ler esse livro, mesmo já sabendo o que acontece no final.
Enfim, esse ano a Companhia das Letras lança e sem duvida irei conferir.
Abraço,
Alê
www.alemdacontracapa.blogspot.com
Oi Nessa,
ResponderExcluirÓtima resenha. Espero ter sua vontade e ler esse livro em breve, mesmo sendo divido ou não. Gostei muito das questões ressaltadas e é uma ótima pedida para conhecer a escrita do autor bem renomado.Adoro a Keira ♥
tenha um ótimo final de semana.
Fizemos algumas mudanças no Obsession Valley, e com isso mudamos o nome. Venha conhecer o Canto Cultzíneo!
Nana - Canto Cultzíneo
Oi! Que capa linda, que história intensa e reflexiva. Devemos ter uma relação de amor e ódio com Ana. Estou curiosa para saber o final. Bjos ❤
ResponderExcluirClick Literário
Oi Nessa, tudo bem?
ResponderExcluirSua descrição da Ana me lembrou um pouco a famosa Scarlett O'Hara: egoísta, autocentrada, enfim. Não sei se leria essa obra, mas gostei de saber mais a respeito!
Beijos,
Priih
Infinitas Vidas