Resenha: O Prisioneiro da Árvore - Marion Zimmer Bradley

Em O Prisioneiro da Árvore, quarto e último volume da série As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley, a trama ganha mais impetuosidade e a narrativa permanece marcante, porém, de uma forma sutil. Mordred, filho do Grande Casamento entre Artur e Morgana se faz presente no reino do seu pai. Devido a sua aparência e modo de ser, os súditos pensam que ele seja filho de Lancelote.


Morgana continua como rainha ao lado de Uriens e se relacionando com o seu filho, Acolon. Ela usa o conhecimento que Acolon tem sobre a magia de Avalon para usá-lo à serviço da Deusa. Eles chegam, inclusive, a tramarem para tirar a Excalibur de Artur, já que este está transformando Camelot em uma nação cristã.


Kevin, o Grande Merlim, acaba traindo o seu juramento com Avalon, pactuando com as crenças de Artur e Guinevere e causando profunda indignação em Morgana e nas demais sacerdotisas da ilha. Ele acredita que todos os deuses levem a um mesmo Deus, e passa a apoiar o cristianismo e defender o predomínio da religião. Kevin se torna um personagem muito importante neste volume da série e acaba pagando alto pela sua submissão ao reino de Artur.

Descobrimos também o motivo da esterilidade de Guinevere e muitas máscaras caem. O Prisioneiro da Árvore consegue fechar a trama de forma esplêndida. Os fatos narrados nos volumes anteriores são bem sintetizados no último volume e possuem um desfecho muito bem feito.


Por mais que a religião da Deusa dê a suas sacerdotisas o poder da Visão, isso não pode interferir na naturalidade dos fatos. Elas tem a premonição do futuro, mas quanto mais tentam remediar os acontecimentos com subterfúgios, acabam trazendo ainda mais dor e derramando muito sangue inocente.


Marion Zimmer Bradley conseguiu fechar As Brumas de Avalon com chave de ouro e muita perfeição! Me apaixonei pela série, que é maravilhosa e traz no seu conceito muitas verdades. Super recomendo!