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23/10/2010

TEXTO: Time em que a torcida está ganhando não se mexe - Antônio Brás Constante

Boa noite pessoal! Trago mais um texto do autor parceiro do  blog, Antônio Brás Constante.

TIME EM QUE A TORCIDA ESTÁ GANHANDO NÃO SE MEXE

(Autor: Antonio Brás Constante)

Mais difícil que escrever redações para o vestibular, mais difícil que escrever cartas de amor para mulheres de muitas fases, mais difícil que elaborar uma tese de mestrado, é escrever de forma neutra sobre assuntos polêmicos (exatamente por isso este texto NÃO é neutro). Isso vale principalmente quando o assunto em questão envolve o nosso mundo, o nosso futuro e a nossa vida (incluindo neste contexto de vida, os nossos filhos, familiares, cachorros, hortas, enxames de mosquitos, e até coisas piores como alguns tipos de cunhados).
Mas para quebrar o gelo (e talvez quebrar a cara) nada melhor do que começar com uma singela adivinhação (quem sabe não sopra, ok?): quem é a figurinha em quem estou pensando neste momento, e que está sempre de vermelho, é gordinha, baixinha, dentuça e tem um amigo que fala errado? Quem falou que era a personagem Mônica criada pelo Mauricio de Souza errou, pois meu texto e meus pensamentos estão sobre uma mulher chamada Dilma.
Já estou prevendo e imaginando uma boa leva de pessoas torcendo o nariz para este texto e dizendo para si mesmas: “ah não, POLÍTICA!”. Tanta coisa mais interessante para se falar em um texto, como por exemplo, a saída dos mineiros do buraco onde estavam (um feito parecido com aquele conseguido por alguns times de futebol no brasileirão). Ou falar sobre as virtudes das borboletas do Afeganistão, que voam tão belas diante das nuvens que se formam das muitas explosões em volta delas (supondo que existam borboletas no Afeganistão).
Na guerra política cada voto é uma bomba. Cada erro é somado e o resultado final pode abalar todo um trabalho conquistado. Quando vejo o sorriso forçado de ambos os candidatos fico bestificado com a ingenuidade de um povo que ainda necessita de falsos sorrisos para saber em quem votar. A poucos dias da decisão sobre quem governara este nosso continental País, o que os dois candidatos mais têm é motivos de sobra para ficarem irritados, preocupados, estressados, mas mesmo assim tem que sorrir para conseguir votos.
Passo por tanta gente indignada porque vai ter que ser obrigada a votar. Se essas pessoas soubessem a sorte que tem. Se elas conhecessem os tantos lugares neste orbe já não tão azul onde votar é um luxo que não pode nem ser pensado, sobre pena do individuo pensante sofrer duras penas. Essas mesmas pessoas que estão chateadas por terem que perder parte de seu glorioso feriado, que demonstram pouco interesse se o candidato A ou B vai vencer, não imaginam o poder que seu voto tem neste exato momento da história de nossa nação.
Suas curtas memórias não conseguem dimensionar o que foi feito nos últimos oito anos e tudo que aconteceu durante os tantos anos que antecederam estes. São seres que estão mais preocupados com o assassino misterioso da sua novela comercial, que estão nervosos com o desempenho do seu time, mas que parecem se lixar para os rumos do país onde vivem e do qual dependem.
Nas histórias do Mauricio de Souza eu sou 100% simpatizante da Mônica, e tenho ciência de que meu futuro, assim como o da grande maioria deste nosso gigantesco povo tupiniquim estaria melhor regido pelas mãos desta mulher candidata, baixinha, dentuça e com carinha de invocada, chamada: Dilma Rousseff. Pois, durante os anos em que fomos governados pelo Cascão e sua trupe demagógica e seletista, voltada principalmente aos interesses de uma pequena e auto-intitulada como “nobre casta social”, deixaram seqüelas ainda não curadas na carne pulsante de nossa terra. Foram tantas as sujeiras escondidas no tapete verde-amarelo, e arquivadas de forma despudorada diante da bitolada miopia de nossa visão populacional, que meu pior pesadelo nos próximos dias é de que este tempo torpe volte a reinar novamente (me desculpem a necessária redundância) neste nosso BRASIL.

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